segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Do difícil, do simples e da vitória




Acordei assustado...

O despertador ainda não tinha soado
Mas é...
Já era hora de acordar
Já passava da metade da vida...
E a vida continuava a passar
E daqui a pouco é Dezembro
Bati palmas, dois tapinhas no rosto...
Levantando, banheiro, cozinha, rua...
Eu vi, juro que não quis...
Mas vi...
Os homens todos, com suas mulheres...
Assombrando as suas crianças
Meu Deus, todos eram medrosos...
Independente de sexo, raça, ou horário...
Parece que a vida tem muito disso...
Fazer com que todos se assustem com as possibilidades...
Com os defeitos e as provações...
E ainda nos rouba o tempo...
Às vezes, acho que viver é mal...
Que o viver é mau...
Mas não, depende muito de como e quando acordamos
O importante...
É que não precisamos do consentimento alheio...
E nem esperar a vida adoçar...
Nosso punho pode ser nossa vitória...
Nem em toda luta há sangue
E nem em toda calma há glória
Mas em toda vida há chance...
E em todo passo, história
Com calma, mas certeiros...
Todos nós podemos revolucionar nossas almas...
Disso, eu sei...
A prática é um pouco mais forte...
Mas quem disse que o que é simples é fácil?

Daniel Sena Pires – Do difícil, do simples e da vitória (21/02/12)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Do sonho




Deixa eu te contar do meu sonho:
“Eu vinha correndo, e pulava pedras enormes...
E enquanto eu corria, eu pensava demais
E era quase como um sonho dentro de outro
E tinham pessoas más, e pessoas horríveis
E outras que não gostavam muito de falar
E, quando eu via rios, lagos, açudes, e...
É claro, o oceano...
Às margens, na areia, ou no concreto invadindo a natureza...
Havia sorrisos e crianças, alguns adultos e quase nenhuma verdade
E eu fui me assustando
Daí, percebi que ia acordar
Cocei a nuca, tufos de cabelo voaram
E foi até bonito, mas não foi divertido
Nem vi se era sol, ou era lua
Se era chuva ou calor
Se me angustiava ou me abstinha
Mas era peito e era dor
Dois salves ao amigo que me salvou
Pois certa hora, no sonho, as coisas pareciam ruir
E eu me desesperava, enquanto ria à meia boca
E, de repente, não pensava mais
Foi ficando mais estranho, mas mais real
...”

Acordei, de um sonho tão meu
A minha intimidade está cada vez mais profunda
Quando penso que me acordaram no sonho
Pudera eu dormir por lá
A realidade incerta, perigosa, mas dosada, dos sonhos...
Mesmos os mais nefastos, é melhor que qualquer vida
Um bom motivo já é, por si só, uma boa inteligência.

Daniel Sena Pires – Do sonho (06/02/2012)