sábado, 10 de dezembro de 2011

Não fosse o sol



Viver vale tanto quanto o ser se pode amar
E meu ser é todo amor
Pois aprendi que, mesmo em dor, posso voltar
E no topo, com minhas decisões
Jurando medo, ou minhas confissões...
Beijando sangue
Está tudo que disponho
E nada me prende
Sou dono da minha liberdade
Concedo-a a mim, quando bem me quero
Difícil é render seu próprio coração...
Preocupado com o coração dos outros
Ter “certeza” do que se sente
Na espera do vão alheio não mais existir
E eu sou assim
Não disse que era fácil
Nem disse que é bonito, feio, ou azul
A complexidade da minha face...
É solta ao mundo, como eu sou
Não sou dado, sou conquistado
E não sou tudo, mas pratico intensamente o meu “talvez”
Um quase poliglota bêbado de sono da sorte
Mas apostando alto
Com as fichas sempre ardendo
Eu sei onde estou pisando
Mas, mesmo assim, às vezes, tenho medo
Às vezes eu sonho com a tarde em que vi alguém me ver
E dá saudades
Às vezes nenhuma coisa me alivia essa saudade
E dá raiva
Meu ser é tão amante, coitado...
Sofre tão angustiado...
É horrível viver sempre com essa impressão de que...
Falta tão pouco, e que vou ser feliz.

Daniel Sena Pires – Não fosse o sol (11/12/11)

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