terça-feira, 27 de março de 2012

Uma noite difícil




Uma boa noite de sono, acordado
O que é bom na sua vida?
O que é bom o bastante, que você possa escolher?
O que é bom o bastante, que não lhe cause medo?
Sabe aquele futuro...
Aquele que você sonha no seu sonho mais bonito?
Eu tenho medo dos sonhos bonitos
Alguns acabam, alguns são somente sonhos
Outros são bonitos por fora, mas renegam-se por dentro
A vida é toda talhada de prisões
Mas nenhuma é pior do que nossa própria mente
Eu caso meu corpo, meu gosto e meu fim...
Nas entrelinhas, posso até morrer antes
E quase sempre a conquista é viciada, jogar é seguir
A casa e seu alicerce só são um só
Quando há vantagem em ser firme
Do contrário, além de inevitável...
A queda se faz quase necessária, reconstruir esperançosamente
Ou mesmo deserdar e sumir
Branqueando os vícios, eu sei o quanto é ruim
Nenhum outro pode saber
Às vezes, me pego pensando em coisas comuns
Coisas que eu fiz, coisas que fizeram comigo
Buscar racionalizar o que acontece, é doloroso
Eu preferiria esquecer
Mas não há lembrança pior do que o latejar das palavras
O inflamar das atitudes
E o esbravejar da maldade
Soma-se isso ao meu pobre coração
E a miséria é quase fatal
Aquela coisa de que só se fica livre de algo, quando esse algo se vai...
É papo de quem gosta de se enganar
Só se fica livre de algo, quando você se vai
Não que você seja prisioneiro, ao menos...
Não o tempo todo...

Daniel Sena Pires - Uma noite difícil (28/03/2012)