terça-feira, 27 de setembro de 2011

Atos de paz


Desde quando se ater aos fatos torna a vida mais suave?
Mal sabia eu que, quando em paz pensei, em paz nunca estive
Toda rocha que diz “não!”, mesmo quando atravessada, solidifica-se em parte na alma
Novamente, prometendo angústia ... e até promovendo-se aos pares de mim
Outros Eu’s que, em mim, em negro tom, matam com a facilidade do respeito negado
E me cobram sempre
Trabalhos inversamente proporcionais ao conforto
Um surto controlado por dia
Onde se compra ar, se troca amor, se vive denso
E no controle está sempre a falta de algo ... daí a mescla
Daí eu choro
Mas não mais que antes
Penso eu, mas não quero mais pensar em paz
Assim como é célebre o culto ao homem bom
Ou o mau homem, que, de tão mau, virou comum
Pois é assim que funciona, e é assim que maltrata
E o comum agora é bom
E eu?

A prova maior de força é a força que não se usa
E olhe que a covardia é uma palavra de dois gumes

Que noite quente, meu Deus
Que dias difíceis.

Daniel Sena Pires – Atos de paz (28/09/2011)

Nenhum comentário:

Postar um comentário