sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O preço


Acordo às duas, e vejo que não vou dormir
Levanto, e já desligo o despertador
Tem um frio menino invadindo o quarto
E, sem vozes, as coisas parecem ter a mesma fome
Tudo e todos precisam de mim nesse momento
O mundo é meu, e eu sou o mundo, estou sozinho
Vai que eu ganho, dessa vez...
E nem preciso competir, minha vitória é marcada de lástimas
Não sei se é certo perder todo o sangue em prol de um troféu
Mas parece ser a única segurança que vou ter
Como uma parede alada, eu me seguro e ela me solta...
Pensei muitas bobagens esses dias
Estou meio sem chão, soluçando mentalmente...
Percebo que os reflexos já não mais os mesmos, quando se trata do corpo
Mas quando se trata dos outros, as “revelações” são sempre iguais
As reações são sempre iguais
Ninguém gosta de se desfazer de um bom amigo
Mas quase ninguém está aí pro que ele sente
Vira aquela coisa do “Te entendo”...
Muita gente boa não sangraria se a falsidade fosse verdadeira
E digo nos dois gumes, se é pra sentir... sinta
Se é pra mentir, cale
Não sei se estou errado, ou muito certo
Acho que no fundo, no fundo, eu estou muito cansado
Parece que vai chover...
Vou acender o cigarro, uma xícara de café, talvez...
E esperar as gotas começar a rolarem pela janela
O simples custa caro...
Não sei se sei realmente que preço é esse.

Daniel Sena Pires – Preço (17/08/2012)


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