segunda-feira, 25 de abril de 2011

Anjos sobrevoando corpos já sem vida


Nas noites escondidas entre dias ruins, sem muita coisa pra fazer
O sono é mesmo difícil, então, acordado, penso, nem penso
Me engano, esperando os olhos pesarem
É verdade que o desespero, que hoje me invade, mais tarde me trará paz?
Descartei a possibilidade de me forçar à dormir
Quero tudo fluindo naturalmente, vindo como há de vir
Sem adiantamentos, sem vestígios de mal-estar

Passar o dia deitado em uma cama com o mesmo cheiro
A vaidade se expressando em um banho por dia
Sem a necessidade de estar se mostrando forte ou preocupado
Essa é a vida dos sonhos
Dos pesadelos, pois pesadelos nada mais são que sonhos ruins
Vontades insanas, desejos da mais pura falta de opção
O cálice cheio de silêncio transbordará em fogo

Quem observa de fora, acha o descontrole um ato controlado
Uma maneira de reagir ao medo de agir
Mas nem sempre o descaso consigo mesmo atinge o alvo
Corpos já sem vida, que se movimentam sob a luz da espera
Respiram, estranhamente ... pondo medo a quem sorri para disfarçar
Não alimentar o desgosto é uma lição difícil
Que se aprendo com a perda de algo irreparável

Há algum tempo em que fará sentido viver?
Anjos que destroem males, destroem o ódio
Covardemente ... eu ainda dormir quando fui roubado
Só me restaram o corpo meio inerte ...
E a alma fina e frágil
Estou indefeso, preciso me confortar diante de algo bom
Mas o que é bom desonra o que eu sempre senti
Então?

...

Não seria tão mal recomeçar?

Daniel Sena Pires - Anjos sobrevoando corpos já sem vida (11/12/2009)

Um comentário:

  1. Gostei desta reflexão aqui:
    "Essa é a vida dos sonhos
    Dos pesadelos, pois pesadelos nada mais são que sonhos ruins"

    Saudades de passar por aqui, querido Daniel.

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