domingo, 15 de janeiro de 2012

Anamnese




Espero que todas as risadas sejam somente essas
E que não me façam mais sofrer
Queria não lembrar tanta coisa
Às vezes, me pego assustado
Cochichando até em pensamento
Outra hora, aqui, dentro de mim...
Principalmente, na cabeça
Existem coisas impossíveis acontecendo
É medo
Durmo quase nada, que solução direi a ti?
E dirás a mim?
Enfim...
Brinquei um pouco com meu gato
Desliguei a pressão, e reativei meu raciocínio
Coisas comuns, diárias, naturais
Do que estou tentando me convencer?
A maioria das coisas nem existe
A maior parte da vida está vivida
Copiar parece a solução mais lógica
Inovar nunca foi de meu domínio
Convenhamos que não se aprende tudo
É o clichê básico me atormentando:
“Eu queria ser criança de novo”
Chamar mamãe, ter papai, conhecer amigos
Quem sabe, dispensar alguns
Quem sabe, dispensar todos
Viver de projeção é tão ruim
Mas o alcançar tem preço?
E lá vou eu me perguntando de novo
Catatônico
Medindo bem os passos
Quando me movo
Espreitando as margens dos atos
Tocando com a ponta dos dedos...
Os locais inimagináveis, loucos...
De certa forma, macabros
E... Admito, meio estranho, sublimes
É um vício, e sempre foi assim
Eu tenho muito medo de ser só pobre...
E nada mais.

Daniel Sena Pires – Anamnese (16/01/12)

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