sábado, 12 de fevereiro de 2011

Primeiro dia




Pressentimento sobre o eterno paradisíaco

Pressenti que hoje será tudo melhor
Ao acordar , o sangue não estará coagulado em poça
E ao dormir , não haverá mais como ter medo de acordar
Ou o mesmo calor doído , aquele que não mata frio algum

Percebi que caminhar sozinho , não é sensível
Todos fraquejam quando o contato é pouco
Consigo mesmo , a briga é sempre mais intensa
Nos pedaços em desmanche , sua vida … no desague , ou nada

Cantarolei medidas , e me abstive dos sustos frequentes
Ah , a melodia dos dias bons !
Que falta faz cantar , sem voz … intenção ou lugar
Provo que estou vivo , com todo essa cansaço de viver

Embaralhei todas as palavras , todas as embaralhei
Sugerindo ao cosmo que me ajude a calma , ajude cosmos
Que me faça falta as vezes que me faltarem sorrisos , falta não há de faltar
O humor drástico , que aqui é companhia e ali é palavrão

Preferi protestar logo aos berros
Não sou de silenciar catástrofes , ou maquilar verdade

Percebi que estava certo , e não diferente disso …
Estava , enfatizando a pose , categórico

Sabe , aquele pressentimento sobre o eterno paradisíaco ?
É verdade .
Mas em ser real , nos toma todo o existir .

Daniel Sena Pires – Primeiro dia (16/01/2011)

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