terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Azul




E se for mesmo verdade o que eu penso que sei sentir ?
Não seria justo
Cada caso contado , ou experiência obtida
Elabora um pouco mais de insegurança

Bebi de uma fonte abstrata , surgida dentre as dores
Percebi que , ao ser sincero , perco vida um pouco mais rápido do que os outros
E que se eu não roubar as cartas que me faltam …
Padecerei , acostumado a não gostar de nada

Mas é claro que não posso me cansar assim …
Nos meus sonhos , há sempre um bom motivo pra acordar
Isso é de uma tristeza maciça , um misto calado de medo
Doravante eu provavelmente ria , escaldado … mas sem porquês
Se até o céu azul , me faz chorar …
O que eu posso dizer contra o meu instinto , contra mim mesmo ?

Nas minhas mãos , no meu desconforto …
Na minha inadequação …
Aqui , sob meu domínio … em minha paleta , numa espécie de arte morta …

Está tudo o que eu tenho …
Me chamando de fraco .
Incompleto .
Mas sensato .

Daniel Sena Pires - Azul (12/12/2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário