terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Camomila




Uma pessoa frustrada , incompleta
Diagnosticada pelos olhos indiferentes de quem não se importa
Inalando momentos imóveis
Se acaso não entendas , por favor não ensine-a como ser melhor

Vasos quebrados no jardim inteiro
Sorte vazada entre os dedos , estigmas espalhados aos milhares
Essas marcas de nascença e de vida mórbida
Esses dizeres de quem as virtudes expõe-se fracas

E o que se fala , nada adverte
No peito esconde-se a mágoa incógnita
Que não há motivo nem hora ruim
E acaba com tudo , o pouco , as horas que não passam

Alguém admitiu as ácidas investidas , doeu
Pensando , lhe veio um caso impróprio
Quase madrugada , é o bastante , suportar é adequar-se
Ou preparar-se para o destino dançante

E , cambaleante , as linhas disformes que , na vida , facilmente se quebram
Seguem-se ao longo dos anos
É impossível adquirir-se futuro dos passados não vividos
Passar por tudo é só mais um obstáculo , depois de lutar e lutar …

Só nos resta padecer , falecer …
Nos desintegrarmos no solo .

Pó humano .

Daniel Sena Pires

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